Síndrome pode ser tratada de forma observacional, sem medicamentos; acompanhamento de psicólogo, fono e fisioterapeuta pode favorecer paciente
“A falta de informação foi o que mais nos fez sofrer. Mas, com o tempo e a ajuda necessários, conseguimos enxergar que eles conseguem superar os obstáculos. O segredo é não cruzar os braços, seguir o coração e confiar”. Essas são palavras de Cíntia Prata, mãe de dois jovens com síndrome de Asperger, considerada um tipo mais brando do autismo, que afeta uma a cada 250 crianças nascidas.
Os filhos, um de 22 anos e outro de 12, tiveram acompanhamento desde o início do diagnóstico, o que foi fundamental para que tivessem uma qualidade de vida maior. O mais velho está cursando medicina desde 2014 – ele mesmo dirige o carro da família até a faculdade –, e o caçula estuda no oitavo ano do ensino fundamental.
As pessoas que têm a síndrome, descoberta em 1944 pelo pediatra austríaco Hans Asperger, apresentam o desenvolvimento cognitivo e de linguagem de forma normal, mas demonstram comprometimento na comunicação, na interação social e na coordenação motora.
Assim como acontece com outros espectros do autismo, a causa do problema é desconhecida. Porém, alguns fatores ambientais e físicos podem contribuir para o desenvolvimento, como a exposição a substâncias tóxicas, problemas com a gravidez ou o parto e infecções pré-natais.
Segundo Arthur Kummer, neuropsiquiatra da Faculdade de Medicina da UFMG, a síndrome pode ser tratada, e os resultados podem ser bastante positivos. Quanto mais leve, maior a chance de se obter controle.
O especialista revela que o tratamento é totalmente observacional, não dependendo do uso de medicamentos. “O diagnóstico desenvolvimental se baseia na observação do comportamento da criança, levando em consideração os pontos em que ela apresenta dificuldades de desenvolvimento, principalmente o sociocomunicativo. Dependendo das limitações, o tratamento consistirá no treinamento dessas habilidades sociais. Um bom exemplo é uma criança de 6 anos que não tem facilidade de interagir com outras. Ali, trabalharemos ações que promovam a melhora desse ponto, e assim por diante”, explica.
Além do tratamento psiquiátrico, o paciente pode ter acompanhamento de outras especialidades, como psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia. A psicóloga clínica e doutora em psicologia do desenvolvimento pela UFMG Aline Abreu e Andrade reforça a importância do aspecto cognitivo – processo pelo qual os indivíduos adquirem conhecimento sobre o mundo ao longo da vida – nesses casos.
“Podemos apontar o treinamento de habilidades sociais, momentos em que o paciente vai aprender formas de interagir socialmente com as pessoas, geralmente realizado em duplas ou grupos de pacientes com o mesmo diagnóstico, e o treino de solução de problemas – uma vez que as pessoas que têm a síndrome costumam ser muito rígidos quando têm um imprevisto, e a tendência é se desorganizarem”, afirma Aline.
Diagnóstico. O diagnóstico da síndrome de Asperger só pode ser realizado por um especialista da área médica, mas a atuação dos pais é fundamental. “Os pais precisam ficar vigilantes em relação a qualquer dificuldade que o filho, principalmente acima de 2 anos, possa ter para interagir com as outras pessoas, seja a falta de um contato direto no olhar ou a falta de interesse em assuntos alheios, além de uma obsessão por algo ou objeto determinado. Caso isso ocorra, a primeira providência é procurar o pediatra, que saberá como proceder”, aponta Kummer.
Os filhos, um de 22 anos e outro de 12, tiveram acompanhamento desde o início do diagnóstico, o que foi fundamental para que tivessem uma qualidade de vida maior. O mais velho está cursando medicina desde 2014 – ele mesmo dirige o carro da família até a faculdade –, e o caçula estuda no oitavo ano do ensino fundamental.
As pessoas que têm a síndrome, descoberta em 1944 pelo pediatra austríaco Hans Asperger, apresentam o desenvolvimento cognitivo e de linguagem de forma normal, mas demonstram comprometimento na comunicação, na interação social e na coordenação motora.
Assim como acontece com outros espectros do autismo, a causa do problema é desconhecida. Porém, alguns fatores ambientais e físicos podem contribuir para o desenvolvimento, como a exposição a substâncias tóxicas, problemas com a gravidez ou o parto e infecções pré-natais.
Segundo Arthur Kummer, neuropsiquiatra da Faculdade de Medicina da UFMG, a síndrome pode ser tratada, e os resultados podem ser bastante positivos. Quanto mais leve, maior a chance de se obter controle.
O especialista revela que o tratamento é totalmente observacional, não dependendo do uso de medicamentos. “O diagnóstico desenvolvimental se baseia na observação do comportamento da criança, levando em consideração os pontos em que ela apresenta dificuldades de desenvolvimento, principalmente o sociocomunicativo. Dependendo das limitações, o tratamento consistirá no treinamento dessas habilidades sociais. Um bom exemplo é uma criança de 6 anos que não tem facilidade de interagir com outras. Ali, trabalharemos ações que promovam a melhora desse ponto, e assim por diante”, explica.
Além do tratamento psiquiátrico, o paciente pode ter acompanhamento de outras especialidades, como psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia. A psicóloga clínica e doutora em psicologia do desenvolvimento pela UFMG Aline Abreu e Andrade reforça a importância do aspecto cognitivo – processo pelo qual os indivíduos adquirem conhecimento sobre o mundo ao longo da vida – nesses casos.
“Podemos apontar o treinamento de habilidades sociais, momentos em que o paciente vai aprender formas de interagir socialmente com as pessoas, geralmente realizado em duplas ou grupos de pacientes com o mesmo diagnóstico, e o treino de solução de problemas – uma vez que as pessoas que têm a síndrome costumam ser muito rígidos quando têm um imprevisto, e a tendência é se desorganizarem”, afirma Aline.
Diagnóstico. O diagnóstico da síndrome de Asperger só pode ser realizado por um especialista da área médica, mas a atuação dos pais é fundamental. “Os pais precisam ficar vigilantes em relação a qualquer dificuldade que o filho, principalmente acima de 2 anos, possa ter para interagir com as outras pessoas, seja a falta de um contato direto no olhar ou a falta de interesse em assuntos alheios, além de uma obsessão por algo ou objeto determinado. Caso isso ocorra, a primeira providência é procurar o pediatra, que saberá como proceder”, aponta Kummer.
Remédio. O uso de medicamentos por pessoas coma síndrome só acontece quando outra desordem psicológica surge a partir da presença do transtorno, como depressão, síndrome do pânico e crises de ansiedade.
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