sexta-feira, 28 de setembro de 2012


Estudo comprova eficácia da reposição hormonal no tratamento de obesidade em homens

No Brasil, 66% da população masculina não conhece a andropausa


  • ComentaHomens com deficiência de testosterona que não obtêm sucesso com os tratamentos convencionais para obesidade e que apresentam baixo nível do hormônio masculino podem se beneficiar com a reposição hormonal no controle do peso. É o que afirma uma pesquisa mundial liderada por Farid Saad, da área científica da Bayer Healthcare Pharmaceuticals — matriz Alemanha, e publicada no periódico Current Diabetes Reviews.
Segundo o estudo, os homens que não tinham quantidades suficientes de testosterona no organismo e fizeram reposição hormonal perderam em média 16 quilos em cinco anos de tratamento, havendo uma redução, aproximadamente, de 107 para 98 centímetros da circunferência abdominal, além da mudança de estilo de vida (dieta e exercícios).
A obesidade forma um círculo vicioso negativo para a saúde do homem, contribuindo para patologias como a síndrome metabólica, doença cardiovascular, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, disfunção endotelial e a própria deficiência de testosterona (hipogonadismo).
— O objetivo é definir cada vez mais, com precisão, o papel da testosterona no tratamento da obesidade e doenças associadas em homem com deficiência do hormônio — aponta Archimedes Nardozza Junior, diretor do Núcleo de Pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia e professor da Unifesp.
O médico ainda reforça que a reposição hormonal age de forma eficaz na manutenção da massa muscular e na redução da massa de gordura e, assim, no equilíbrio da composição corporal. A regulação dos níveis de testosterona também contribui para a melhora do humor, da energia e reduz a fadiga.
Queda hormonal
Estima-se que, a partir dos 40 anos, começa o declínio da testosterona a uma taxa média de 1% por ano de vida. A baixa acentuada do hormônio a partir dessa faixa etária é chamada de Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM), popularmente conhecido como andropausa. Aproximadamente 20% dos homens têm níveis de testosterona total abaixo do normal.
De acordo com uma pesquisa comportamental realizada no mês de junho pela Sociedade Brasileira de Urologia, com apoio da Bayer HealthCare Pharmaceuticals, que contou com a participação de 5 mil homens acima de 40 anos nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife, Bauru, Belo Horizonte, Goiânia, Porto Alegre e Belém, 66% não sabem o que é andropausa — nome popular do Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (Daem) — , a principal causa de queda de testosterona em homens maduros. A pesquisa mostra que 64% dos homens nunca fizeram um exame para medir os níveis de testosterona.
De acordo com o endocrinologista João Eduardo Salles, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, a andropausa pode trazer outras complicações para o homem, como a diminuição da libido, disfunção erétil, irritabilidade, sonolência, perda da memória, osteoporose, entre outros. Por isso, a importância dos homens prestarem atenção na saúde e consultarem regularmente um médico. Na pesquisa, foi constatado que 38% dos entrevistados não costumam ir ao médico com frequência.
Quando perguntados sobre a vida sexual após os 40 anos, 35% dos homens se declararam 100% satisfeitos e 32% se declararam satisfeitos. Apenas 11% afirmaram que a vida sexual poderia ser melhor. No entanto, 48% declararam ter vergonha de falar sobre sexo com parceira e 37% fazem uso de medicamentos para disfunção erétil em suas relações sexuais.
Para avaliar o paciente, recomenda-se a realização de exames laboratoriais como dosagem de testosterona total, testosterona livre, PSA total, LH, FSH, entre outros, além de um exame físico completo. Caso seja recomendado o tratamento, uma opção para a reposição hormonal é o undecilato de testosterona.