As sobras da colheita do abacaxi estão virando artesanato, em Pernambuco. O trabalho é feito por uma associação. O desafio agora é comercializar os produtos.
Em uma comunidade de Gravatá, o cultivo do abacaxi é uma das principais atividades econômicas. São 150 hectares plantados. Duzentas famílias vivem da colheita, feita quase o ano todo. Recentemente, a associação de mulheres resolveu usar as folhas dos pés da fruta como matéria-prima para o artesanato. O primeiro passo é cortá-las em pedacinhos. Depois, levar para o fogo com água. Após cinco horas de cozimento, o resultado é uma pasta. O último passo é bater no liquidificador com corante e colocar em telas.
Depois de cerca de 12 horas secando na sombra, a mistura vai virar folhas. É onde começa o trabalho de artesanato. O material será usado para revestir caixas, travessas e para fazer flores.
Para aprender a técnica, as artesãs passaram por um treinamento. “A gente começou em 2003, com o apoio do Sebrae. Foram eles que nos ensinaram a fazer o papel. Agora, nessa última capacitação, ensinaram a revestir as caixas, as travessas e as flores”, disse a artesã Maria José dos Santos. No começo, foi difícil colocar a teoria em prática. Hoje, elas tiram de letra. Por mês, são confeccionadas cerca de 50 peças entre caixas, travessas e flores. Os preços variam de R$ 15 a R$ 30. O desafio agora é comercializá-las. “Nosso plano é levar para as feiras, lojas e para a Casa da Agricultura, para que divulguem nosso trabalho e a gente comece a ganhar dinheiro com esses produtos que estamos produzindo”, explicou a artesã Joselma Cavalcanti. Doze agricultoras da associação estão participando de um curso de design para desenvolver novos produtos.
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